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Sons, silêncio e brisa fresca



Entre os raros sons de cidade, há um passarinho que canta numa árvore. Ele se comunica com seus parceiros,  que brincam numa dança atrapalhada. Aí fazem silêncio, como toda a rua. O vento fresco garante o balançar suave das folhas, uma brisa fresquinha de final de tarde que traz o cheiro de natureza e terra molhada. 

E novamente o silêncio, que harmoniza o que há fora e dentro da gente. Os suaves movimentos e barulhos do ambiente nos leva a lembranças antigas, de quando ainda existiam coqueiros em frente a casa, um senhor fazendo palavras cruzadas, uma senhora costurando nos fundos e um pé de goiaba que exalava seu perfume quando carregado. 

Pragas aqui são as flores brancas e roxas que se espalham pelo terreno. Terreno quase mágico, onde se é capaz de ouvir um pica-pau fazendo seu trabalho. Esse terreno tem uma casa que faz 50 anos, que depois de tanta história, alterna seu silêncio com um leve som de vida. 

Vida com brisa suave e cheiro de terra molhada, ao som de passarinhos e do balançar das folhas. Aqui me equilibro ao som do silêncio. 

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