Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2010

A realidade às vezes me assusta

A tecnologia se desenvolve de uma tal forma que me deixa espantada com a gama de possibilidades que ela oferece. Uma dessas é quando o real se torna, de fato, real. Pois existem certas realidades que são distantes de nós, mas que de repente se materializam e se afirmam como fato diante de você. O que antes era uma realidade compreendida nos limites do imaginário, agora é uma realidade concreta. **** Estou lendo um livro, Sinto-me Só , de Karl Taro Greenfeld. Trata-se do relato d este sobre como foi crescer com o irmão Noah, que é autista. É um relato franco e intenso do universo de uma família cuja vida se moldou para cuidar e atender as necessidades de Noah. Karl, um ano e meio mais velho que o irmão, desde que se entende por gente vê sua vida cercada por aquele belo menino que cospe nos outros quando chegam perto, que não fala, que evacua na sala e esfrega os dedos ao lado do ouvido, sentado entre dois sofás. Filhos de mãe japonesa e pai judeu, os meninos tem sua família exposta em

Entre o ontem e o amanhã

De repente me deu saudades dos tempos em que não se tinha consciência da tristeza e dos problemas. Saudades dos dias em que saíamos para a escola e voltávamos direto para o banho refrescante que vinha antes do jantar. Saudades de ter todo mundo ali, logo ao lado, ou a um telefonema de distância, imaginando que tudo estava bem. Saudades de quando nossas ações eram simples, ingênuas, espontâneas. Sinto falta de não ter que pensar em consequências sérias. E ainda de não ter dúvidas sobre o futuro. Falta-me o colo, o beijo, a visita do carnaval, a reunião de fim de ano, as férias longe, as palhaçadas de um senhor. Tudo um dia se transforma, deixando saudades. Às vezes vale à pena. Às vezes só é uma pena. Em homenagem ao querido Tio Pedrinho, que faz parte do coro bonito de sempre em canções como essa: O Pó da Estrada Sá, Rodrix e Guarabyra O pó da estrada gruda no meu rosto, Como a distância, matando as palavras, Na minha boca sempre o mesmo as