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Mostrando postagens de novembro, 2011

Último Pedido

“Beija a minha mão?” Foi a última frase que eu ouvi dela. Corpo grande e frágil, esparramado em um leito desconfortável. Seu olhar era distante, embora ainda tentasse encontrar nossas sombras. Triste, porém decidida, pronta. Não havia mais o que temer, nem o que esperar. Enquanto ininterruptamente pedia: “Beija a minha mão?” Tal qual uma criança que pede a mesma brincadeira. Mas as lágrimas coletivas nos arrancavam o riso. A ação repetitiva não nos cansava. Beijávamos, acarinhávamos, abraçávamos para darmos conta de todos os beijos e carinhos e abraços que um dia deixamos de dar. A hora era certa, e isso era certo para todas. Era a despedida. Era o amor e o agradecimento finais enquanto matérias presentes no mesmo espaço. Todas sabiam e, apesar da tristeza, a missão havia sido cumprida. Era chegada a hora das dores cessarem, dos corpos descansarem, das preocupações sumirem, do sono chegar. Finalmente todas iriam dormir em paz. “Beija a minha mão?” Até que se d